Sistema Prisional

Número de mulheres presas no Brasil aumenta assustadoramente

Inibir a miserabilidade real e sem oportunidades das Encarceradas, requer Urgentes políticas

Uma das maiores problemáticas á frente do Sistema Prisional Feminino, vem do alto índice das mulheres envolvidas na criminalidade e respectiva permanência carcerária.

O aumento célere do número do feminil aprisionado, não esta acoplada a esta realidade, sendo um reptar que necessita de medidas urgentes para que se estabeleçam mudanças.

Dados recentes e atualizados, disponíveis pelo Sistema Integrado de Informação Penitenciária (Infopen) do Ministério da Justiça demonstram que nos anos que variam de 2002 á 2006, o número de mulheres encarceradas havia subido de 3% em 2002 para 6% em 2006.


Já na última década, mais precisamente, nos últimos 12 anos que vai de 2003 até 2015, a população carcerária feminina aumentou 256%, *segundo o Departamento Penitenciário Nacional (Depen).


O relatório mostra também que o Brasil é o quarto país do mundo com a maior população prisional ? com 607.731 pessoas -, atrás apenas dos Estados Unidos, da China e da Rússia. No entanto, é o único que aumentou o número de presos, enquanto os outros diminuíram. Em relação ao crescimento da taxa de encarceramento, ocupa a segunda posição global, com um crescimento de 136%. Somente a Indonésia tem uma taxa de maior, ficando em primeiro lugar.

De acordo com esse levantamento, as mulheres representam cerca de 7% da população carcerária brasileira, o que corresponde aproximadamente 36 mil encarceradas.

A falta de oportunidades, somada a responsabilidade sobre os filhos e o fator desemprego, acaba contribuindo para o ingresso da mulher no mundo do crime. Assim sendo, torna-se urgente à criação de políticas voltadas a população carcerária feminina, de forma que volte às atenções de forma especial para a massa feminina.
 

A maioria das prisões de mulheres está relacionada com o tráfico de drogas e são poucos os casos de crimes com violência. Dados do Ministério da Justiça mostram que o perfil das mulheres presas no Brasil é formado por jovens, entre 18 e 34 anos e 58% são analfabetas, alfabetizadas ou não possuem o ensino fundamental completo.

Outro aspecto importante, diz respeito á falta de estrutura das unidades prisionais, pois estas, normalmente são ?reaproveitadas? de presídios masculinos desativados ou casas e prédios que abrigavam menores, infratores ou não, reformadas.

Mesmo existindo uma grande parcela de agentes voltamos á prática da essencial boa vontade com empenho de diretores e funcionários do Sistema Prisional feminino, a escassez de recursos para a capacitação profissional, se reflete como ?inibidor? do potencial feminino.

E é exatamente quando nos confrontamos com o acúmulo de mulheres encarceradas pela Justiça e aprisionadas pelo abandono, que sentimos o grau de miserabilidade acerca da realidade, que engloba entre tantos, também a condição da maternidade nos cárceres, as visitas, tanto de familiares quanto a íntima e o objeto reabilitador.

Por Elizabeth Misciasci

 

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