Clamor social

Mário Sérgio Gabardo, 14 Anos de Impunidade

Por: Elizabeth Metynoski


Mário Sérgio, com apenas 20 anos, tinha uma vida muito produtiva, cursava o 8º semestre do curso de direito na PUC de Porto Alegre- RS e era o braço direito do pai na Transportadora TransGabardo, onde como sócio e exercia o cargo de diretor da frota de caminhões cegonheiros. 

 

No dia 29 de setembro de 2005, saiu da empresa as 18h30, ele tinha compromisso para a noite dessa quinta-feira, uma prova na faculdade.

Terminada a prova, ele foi para a cidade de Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, onde morava. Mário Sérgio tinha por hábito, nas noites de quinta-feira, fazer um churrasco com amigos, em uma casa na rua Tomé de Souza no.258, em Canoas, sempre que sua agenda lhe permitia.

Na noite de 29 de setembro de 2005, por volta das 20h50m, o jovem empresário, já havia deixado o seu automóvel Peugeot 307, cor cinza, automático, ano 2005, placas IXX 0307, no estacionamento do Shopping Bourbon Zaffari Canoas. Nesse momento Mário falava ao telefone celular com o Anderson, um amigo pessoal. Mário disse a Anderson que estava no supermercado e que fazia as compras para o churrasco daquela quinta-feira.

(Nota fiscal da Companhia Zaffari Comércio e Indústria, encontrada posteriormente entre seus pertences no carro Peugeot 307, conta que ele passou pelo caixa do supermercado às 21h18m.) Portanto, ele teria ficado entre 20h50 e 21h30 na área do Shopping Bourbon Zaffari Canoas.

A seguir ele foi para a o encontro do amigo, onde seria realizado o churrasco.

Do shopping, chegou à rua Humaitá e a seguir ingressou na rua Venâncio Aires, percorrendo-a no sentido centro-bairro, passou por cinco quadras até alcançar a esquina da rua Tomé de Souza.

Mário quase na esquina da rua Venâncio Aires com a rua Tomé de Souza, exatamente às 21h37m38, fez uma ligação de seu telefone celular para o aparelho celular de seu amigo Anderson que está no local do churrasco. A ligação durou 30 segundos, tempo suficiente para que o amigo Anderson soubesse de que ele estava nas imediações da casa e que fosse aberto o portão da garagem de acesso ao interior do imóvel.

Mário Sérgio parou na esquina da rua Venâncio Aires com a rua Tomé de Souza e deu o sinal de que viraria a sua esquerda, na rua Tomé de Souza.

Ao dobrar a esquerda na rua, cumprimentou o manobrista da Galeteria Piatto Bello, que estava na frente dos veículos estacionados na área do restaurante. Que lhe retribuiu com um aceno de mão. O funcionário da Piatto Bello viu o Peugeot 307 de Mário dobrar na rua Tomé de Souza.

Também viu que atrás do Peugeot 307 vinha um automóvel Ford KA, cor prata, o qual realizou a mesma manobra.

Até essa altura, Mário Sérgio não dava indicativo de se sentir ameaçado ou perseguido. Ele entrou na rua onde seria o churrasco, virou o carro em direção a entrada da casa e aguardou por segundos para que fosse aberto o portão. Nesse momento, encosta na perpendicular ao carro de Mário e paralelo a rua, de forma brusca, com luzes apagadas, o automóvel Ford KA prata, que o estava perseguindo, sem que o rapaz tivesse desconfiado do que estava prestes a acontecer.

O veículo Ford KA prata parou na contramão, junto à calçada do lado esquerdo, muito próximo do Peugeot 307 de Mário Sérgio, do automóvel Ford Ka prata, saltou pela porta dianteira do lado direito (a do carona), um homem de 1m80 de altura, com uma arma na mão direita, gritando para que Mário Sérgio saísse do carro.

- "Desce do carro, desce do carro".  gritava o assassino, ato imediato, segurando a arma do crime; agora com as duas mãos, como se fosse um experiente atirador e executor, o assassino dispara dois tiros...

Um desses tiros disparados realiza a trajetória de "fora para dentro do Peugeot 307, da esquerda para a direita, de trás para a frente", vindo a destroçar o vidro da porta lateral esquerda traseira.

Gravemente ferido, o empresário Mário Sérgio consegue, inacreditavelmente, engatar uma marcha a ré no seu Peugeot 307 e acelerar o veículo para a frente, percorrendo alguns metros pela rua Tomé de Souza e entrando à esquerda na rua Conde de Porto Alegre, no sentido do centro da cidade de Canoas. 

O automóvel Ford KA prata, de luzes apagadas, já com o assassino dentro do veículo, persegue o Peugeot 307 de Mário Sérgio, fazendo o mesmo percurso, colado nele. Os dois carros percorrem duas quadras da rua Conde de Porto Alegre, sentido bairro-centro. Uma testemunha declarou ter ouvido três disparos de arma de fogo e a seguir novamente mais tiros. Essa mesma testemunha recorda de um barulho de uma colisão de carro.
 

O Peugeot 307 subiu na calçada e bateu numa árvore na rua Conde de Porto Alegre, quase esquina com a rua da Figueira. Mário Sérgio estava afivelado ao seu cinto de segurança, desmaiado, sem qualquer reação. O assassino desceu do carro se aproximou de Mário Sérgio, observou sua vítima por alguns instantes e então voltou para o carro. A seguir se colocaram em fuga, com as luzes apagadas. Foi uma execução.

A grande pergunta é - Porque e quem mandou?

Até hoje, passados 14 anos, as autoridades não têm resposta para estas perguntas.

Queremos Justiça para Mário Sérgio!