Direito e Cidadania

Com o personagem Vrau da Casa de Papel Francis Vinícius faz sucesso no Vale

Um rapaz simples, com uma historia de vida surpreendente, leva alegria a dezenas de pessoas. Sempre envolvido, em ações sociais, Francis, deixa sua figura marcante, por todos os lugares que passa.

 

Compartilho a história desse jovem contada por ele mesmo.

 

Meu nome é Francis Vinícius nasci no interior de São Paulo na cidade de Taubaté no dia 29 de março de 1993.

Meu nascimento foi meio conturbado pois não foi planejado nem pelo meu pai, nem pela minha mãe, até porque eles nunca tiveram um relacionamento, somente se envolveram e ocasionou no meu nascimento.

Sou o segundo filho da minha mãe (2/7) e o primeiro e único do meu pai, minha mãe nunca teve boas condições ainda mais porque já tinha um filho de 3 anos quando nasci, meu pai já tinha mais condições porém eu nunca fiz parte dos planos dele. Sendo assim acabei sendo criado pela minha avó paterna com o pai morando no mesmo terreno em uma casa nos fundos, foi ai que acabou me acarretando alguns problemas, pois minha avó fazia tudo o que podia e o que não podia por mim, e com isso despertando raiva nos filhos dela, que não tiveram nada do que eu tive, então sempre tive uma rejeição e desavenças com esses meus tios por conta disso, e também um pouco com os filhos desses meus tios, ou seja, meus primos. E o real motivo sempre foi o ciúmes da mulher que me criou, a minha avó que é mãe e avó deles.

Minha vida foi assim como já disse morei com a avó e moro até hoje, de 15 em 15 dias eu ia dormir com minha mãe, porém eu não gostava, pois depois do meu pai ela se relacionou com outra pessoa com qual ela teve seus outros 5 filhos. Esse rapaz sempre teve ciúmes doentio da minha mãe, talvez pelo fato de  ter dois outros filhos de outro relacionamento.

Ele judiava de mim e do meu irmão! O auge disso tudo, foi quando ele me estrangulou, juntou no meu pescoço e me sufocou! Acho que ali só não perdi a vida, pois minha mãe saiu do banho enrolada na toalha e tirou aquele monstro de cima de mim, eu devia ter meus 5 ou 6 anos, mas lembro como se fosse ontem!

Então assim entramos em acordo que minha ida na casa de minha mãe, seria quando eu quisesse, sem nada forçado. E então as vezes eu ia, pois gostava de brincar com meus irmãos, principalmente com o mais velho, que no inicio da conversa é o filho de 3 anos que minha mãe já tinha quando eu nasci. Eu e esse meu irmão tínhamos uma relação muito boa, como ele era o mais velho ele gostava de proteger e cuidar de mim! Eu e ele conversando fazíamos vários planos, de ter carros, casas, aquela mente de duas crianças inocentes conversando, mas não foi assim! Pois alguns anos depois quando eu tinha 14 anos e ele 17, ele morreu na saída de uma casa noturna levando quatro tiros e o pior que morreu por engano! Confundiram-no com outra pessoa. E ai foi o auge do meu sofrimento, parecia que meu mundo ia desmoronar, pois ele estava prestes a fazer 18 anos e estava tudo pronto para seu grande dia de aniversário, com vários planos, uma festa bonita, muita ansiedade, mas ele perdeu a vida 1 semana antes de seu aniversário, tendo a tradicional missa de sétimo dia no dia do seu aniversário.

E assim tenho pra sempre uma cicatriz no meu coração, que hoje superei mas como disse é uma cicatriz, uma marca que sempre que eu olhar eu vou lembrar o porque dela. Outra cicatriz que carrego comigo é a rejeição do meu pai, ele sempre me rejeitou como filho, a prioridade dele sempre foi andar de moto por ai com mulherada, amigos e beber todas, ele sempre foi uma pessoa difícil e sempre trouxe muitos problemas pra nossa casa.

Quando eu era criança não posso ser hipócrita em dizer que ele não me dava nada, pois ele dava! Pagava meus estudos, me comprava doces, brinquedos, mas ele nunca me deu o que eu sempre quis receber dele que era amor de um pai pra filho! Mas isso também já é uma coisa que cresci sofrendo, porém superei, pois na minha avó eu tive tudo! Tive uma mãe, uma avó, e o próprio pai então parei de sofrer por isso.

E assim essas foram as partes mais fortes e marcantes da minha infância, logo fui ficando adolescente e focando em ser uma pessoa independente, e então ainda na infância minha primeira experiência em trabalhar foi aos 9 anos, em vender salgados de porta em porta para minha tia, depois aos 13 cuidei de uma criança de 2 anos, e com os R$60,00 que recebia por mês, fiz alguns cursos. Aos 14 trabalhei em uma lavanderia de lavar sofás e tapetes a domicilio, porém a lavanderia fechou.

Aos 15 comecei a vender canudinhos recheados de porta em porta para minha mãe, e também ainda aos 15 trabalhei em um bazar na função de limpar o estabelecimento.

Logo que completei 16 anos fui chamado para ser estagiário numa clinica médica, na função de ficar em uma salinha entregando resultados de exames, porém era muito amigo de um editor de imagens de raio-x o qual só havia ele na empresa com essa função, nenhum outro funcionário sabia fazer o serviço dele, foi ai que ele me ensinou o trabalho e um dia durante sua licença médica, pois ficou doente me ofereci em ser o seu substituto e deu muito certo! Foi ai que subi de cargo se tornando um editor de imagens de raios-X e fui trabalhar junto desse meu amigo, e também já com 17 anos tive meu primeiro registro em carteira...

E assim fiquei trabalhando nessa empresa até aos 19 anos, depois mudou a administração da empresa e acabou não dando mais certo e então sai da mesma.

Ainda com 19 anos fui chamado para trabalhar na recepção de um hotel por 90 dias, durante licença médica de um funcionário, logo que o funcionário voltou a empresa me chamou para conversar, foi quando achei que estaria assinando minha demissão, mas não! No ato dessa conversa fui promovido para o cargo de auditor da empresa e tive a carteira assinada. E então permaneci lá até aos 21 anos.

Minha saída desse hotel foi quando, ensinei uma amiga a dirigir e ela disse que eu tinha vocação para ser instrutor prático de auto escola! E não é que fui mesmo?

Fiquei interessado fiz o curso e 4 meses depois já estava dando aulas em auto escola, sendo nomeado o instrutor mais novo da cidade com apenas 21 anos.

Tudo seguia bem na autoescola, mas logo que completei 22 anos, minha avó que me criou parou de andar e ficou em cadeira de rodas, foi ai que começou uma fase muito triste na minha vida, eu e meu avô começamos a gastar muito com médico e terapias para minha avó voltar a andar, sendo assim investi um dinheiro que eu tinha e abri uma loja de roupas, para ter duas rendas, e graças a Deus conseguia arcar com os custos, e fomos empurrando com a barriga.

No ano seguinte já com 23 anos meu pai que sempre morou no mesmo terreno que eu, ele na casa dos fundos, eu e meus avós na casa da frente, sofreu um acidente, perdeu uma parte do cérebro, da visão, tendo que ficar totalmente dependente de nós! Usando fraldas, dependente para banhos, refeições na boca e outras coisas mais!

Foi uma fase extremamente difícil ter ele pra cuidar e também minha avó na cadeira de rodas...

Meu pai foi um grande milagre, pois ele ficou com 1% de vida, o médico disse pra se despedir dele e tudo mais, segui as orientações medicas fui até ele, me despedi dele e disse que eu o perdoava por toda rejeição que me fez em toda minha vida, desde a infância!

Mas ele acabou voltando pra casa, surpreendeu a medicina e ficou com todas essas sequelas que mencionei acima.

As coisas estavam difíceis e já com quase 24 anos tive que sair da autoescola, peguei o dinheiro que eu tinha e abri uma mercearia para ter flexibilidade para cuidar da minha avó e do meu pai, a mercearia estava fluindo muito bem! Até eu sem saber, fazer negócios com um estelionatário e ele levar todo meu dinheiro, fazer eu perder moto, carro, e então a falência da minha mercearia...

Já com 24 anos, meu pai voltou a sua vida normal, saindo das fraldas e todas as outras restrições! Foi um problema a menos! Mas ele ficou com uma personalidade muito forte, sendo uma pessoa pior do que era antes do acidente e minha relação com ele nos dias de hoje não é nada boa.

Mas nessa fase que ele voltou a ser menos independente... Eu já não tinha capital pra mais nada, porém não poderia trabalhar em uma empresa pois minha avó ainda estava numa cadeira de rodas.

Tudo parecia perdido, até que emprestei cartão de crédito do meu irmão, comprei vários tipos de formas, comecei a estudar culinária pelo YouTube, e também tive o auxilio de uma tia.

E assim comecei a fazer bolos e empadas para vender, e assim fui conseguindo me reerguer novamente!

Quando cheguei aos 25 anos minha avó conseguiu fazer a tão sonhada cirurgia, foi um sucesso e ela voltou a andar! Foi um grande presente de Deus!

Também nessa época, meu sobrinho que na época tinha 2 anos, gostava muito de YouTube e ouvia uma música do momento chamada "só quer vrau" onde tinha vários dançarinos de macacão vermelho. Foi ai que eu sendo tio coruja decidi comprar uma fantasia igual para surpreender o sobrinho.

No dia que me vesti para meu sobrinho, foi muito decepcionante, pois ele ficou morrendo de medo rs! Eu já não podia gastar muito, fiquei triste, pois investi um dinheiro que já não tinha para fazer a criança feliz e não consegui... Mas um belo dia, peguei a fantasia e gravei um vídeo brincando, e então o vídeo viralizou na cidade de Taubaté, e então fui chamado para trabalhar com esse personagem, na função de dançar em casas noturnas...

Deu muito certo e comecei a viver disso e estabilizar a minha vida novamente e se recuperar do golpe que levei do estelionatário...

Um dia conversei com Deus, que se ele me presenteou com esse personagem e eu estava ganhando dinheiro com ele. Então eu queria que outras pessoas pudessem se beneficiar do meu personagem também, que queria ser um instrumento usado por Deus!

Então comecei a fazer ações sociais na minha cidade, e fui nomeado como o Vrau (por causa de me vestir como o personagem do clipe só quer vrau) Taubaté (por morar em Taubaté) e então VRAU TAUBATÉ nascia para ajudar os Taubateanos menos favorecidos...

Muita gente acha que meu personagem mira a politica, mas não! Pois eu sempre tive um sonho de trabalhar na televisão de preferência no meio do povo, amo ver gente, conversar e me comunicar.

Acredito que trabalhando na televisão poderia ajudar bem mais do que estando na política.

Estou sempre ajudando as pessoas com cestas básicas, e em datas comemorativas, como sacolinhas no natal, dia das crianças, páscoa e tudo o que tiver ao meu alcance. Eu ajudo com apoio de patrocinadores que investem em mim, pois Deus me presenteou em ser um nome forte e uma marca de marketing da cidade.

Hoje já estou com 27 anos e meu personagem cresce mais e mais a cada dia e se Deus me abençoar e achar que eu mereço, vou realizar esse sonho de estar a frente de uma televisão... E assim vou vivendo um dia de cada vez, ajudando minha cidade e passando por cima de cada obstáculo...

Que Deus me proteja!