Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro completa 90 anos

Temporada 2021 Abertura On-Line

No mês em que a Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro completa 90 anos, serão apresentados três Concertos inéditos, a partir de 07 de maio, de forma on-line e gratuita

Enquanto não abre as portas para o público, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, através do patrocínio Instituto Cultural Vale e Petrobras, lança a ?Temporada 2021 Abertura On-Line?, uma programação especial da Orquestra Sinfônica (OSTM) que no mês de maio completa 90 anos de Fundação. Serão três concertos inéditos, dois gravados no palco principal do Theatro e um no foyer, seguindo todos os protocolos de segurança de proteção à Covid-19. As apresentações acontecerão nas sextas-feiras, sempre às 18h, no Canal do YouTube do Theatro Municipal. Na estreia, em 07 de maio, o Concerto de Abertura será com a Orquestra de Cordas, sob a regência de Priscila Bomfim, com obras de Handel, Warlock e Elgar. No dia 14, será a vez do Concerto Série Mozart, com obras do compositor austríaco e de Boccherini, e em 21 de maio, a abertura da temporada apresenta ainda o Concerto Quinteto de Metais, com músicas de Giovanni Gabrieli, Johann Sebastian Bach, Victor Ewald, Henrique Alves de Mesquita e Ernesto Nazareth.

Concerto de Abertura: Orquestra de Cordas

O naipe de cordas da Orquestra Sinfônica abre esta temporada, interpretando o Concerto Grosso opus 6 n.5, de Handel, compositor conhecido pelo famoso "Aleluia", do oratório Messias. De ritmo imponente e repleto de ornamentos, este concerto é um dos mais festivos de uma série de 12 grandes concertos, e representa muito bem o período barroco, com ritmos dançantes e a diversidade sonora de diferentes estilos europeus.

O segundo número nos remete à dança: desta vez uma releitura feita pelo compositor Peter Warlock, de 1926, baseada em um manual de danças renascentistas. A Suite Capriol é uma das obras mais populares dentro do repertório orquestral, e explora a característica de seis diferentes danças do período renascentista.

Para fechar o primeiro concerto, será apresentada a Serenata para cordas em mi menor, opus 20, de Edward Elgar, uma obra que ele mesmo estreou com a Classe Orquestral Feminina de Worcester, Inglaterra, em 1892. Elgar referia-se a esta Serenata como sendo uma das músicas que mais lhe deu satisfação e, de fato, tem sido uma das obras mais executadas por Orquestras de Cordas em todo o mundo. Em especial, o belíssimo movimento central, Larghetto, demonstra a maturidade alcançada pelo compositor. A regência deste Concerto é de Priscila Bomfim. A curadoria da abertura da temporada é do maestro titular e diretor artístico do Theatro Municipal RJ, Ira Levin.

Concerto Série Mozart: Orquestra de Cordas

Os músicos de Cordas da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro vão apresentar um dos maiores nomes da música erudita da história: o compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart. Outro destaque neste Concerto é Minuetto e Trio de Luigi Rodolfo Boccherini, compositor italiano do período clássico que se destacou também como violoncelista. Boccherini, escreveu um grande número de músicas de câmara, incluindo mais de cem quintetos de cordas para dois violinos, viola e dois violoncelos.

Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro

Nove décadas de sucesso

Uma das mais importantes orquestras do país está de aniversário. Fundada há 90 anos, a Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (OSTM) revela talentos, apresenta obras-primas de compositores nacionais e internacionais, consegue atrair plateias do mundo todo para ouvir e assistir a música de concerto neste templo cultural histórico do país.

Fundada em 02 de maio de 1931, a OSTM tem uma trajetória com muitas. curiosidades como o nome de Francisco Braga, o primeiro maestro titular do Theatro e autor do Hino da Bandeira. A Orquestra fez a primeira apresentação no dia 05 de setembro de 1931, às vésperas da data comemorativa da Independência do Brasil. O concerto de estreia da Orquestra Sinfônica contou com a participação de Tito Schipa, considerado um dos maiores tenores italianos da primeira metade do século 20, que gostava muito do Brasil, onde vinha com a Companhia Lírica da Itália.

Compositor, professor do Instituto Nacional de Música e criador da Sociedade de Concertos Sinfônicos, Braga foi aluno do compositor francês Jules Massenet e participou ativamente da história do Theatro Municipal, desde os primeiros anos.  Ele comandou o espetáculo de inauguração do Theatro Municipal, em 14 de julho de 1909, ao lado do amigo e contemporâneo Alberto Nepomuceno. E foi o maestro que lançou, nos concertos, a música do talentoso compositor Heitor Villa-Lobos.

Francisco Braga foi um dos maiores responsáveis pelo Theatro ter, hoje em dia, o Coro e a Orquestra Sinfônica, porque participou da comissão criada nos anos de 1930 para estudar a implementação dos corpos estáveis do Municipal do Rio e transformar isso em lei.  Foi então nomeado o primeiro maestro da OSTM, e acabou sendo o regente que mais realizou concertos no TMRJ, onde ficou até meados de 1935, quando se afastou por problemas de saúde. O maestro selecionou os primeiros 60 músicos da Orquestra que foram recrutados através de concurso público.

Depois de Braga, sucederam-se no comando da OSTM inúmeros regentes como Henrique Spedini, Mário Tavares, Henrique Morelenbaum, Silvio Barbato, Guilherme Bernstein Seixas, Roberto Minczuk, Silvio Viegas, Tobias Volkmann, Cláudio Cruz, Luiz Fernando Malheiro, e atualmente o americano Ira Levin, que também é Diretor Artístico.

Ao longo de toda a trajetória a OSTM dedicou- se ao repertório sinfônico, às composições líricas e aos balés. Os maiores nomes da regência mundial já estiveram à frente da Orquestra, como Ettore Panizza, Tullio Serafin, Gino Marinuzzi, Gennaro Papi, Albert Wolff, Fritz Bush, Erich Kleiber, Eugen Szenkar, Karl Elmendorff, Hans Swarowsky, Edoardo Di Guarnieri, Antonino Votto, Werner Janssen, Oliviero de Fabritiis, Jean Paul Morel, Francesco Molinari-Pradelli, Eleazar de Carvalho, Ettore Gracis, Jacques Pernoo, Antonio Tauriello, Anton Guadagno, Michelangelo Veltri, García Navarro, Romano Gandolfi, Mstislav Rostropovitch, Neeme Jarvi, Gabor Ötvos e Anton Nanut.

E compositores muito famosos como Igor Stravinsky, Paul Hindemith,  e os brasileiros Heitor Villa-Lobos, Francisco Mignone, Oscar Lorenzo Fernandez, Radamés Gnatalli, José Siqueira, Camargo Guarnieri, Guerra-Peixe, Cláudio Santoro, entre outros.

A OSTM, além de se apresentar em casa, no palco do Municipal, circula em outros importantes espaços culturais: Sala Cecília Meireles, Teatro João Caetano e Museu de Arte Moderna, dentre outros. Desenvolve importante ação cultural apresentando-se para um público muito amplo e diversificado em diversas cidades do Estado do Rio de Janeiro, tendo participado também de eventos como os Festivais de Música da Guanabara, o Festival Villa-Lobos, a Bienal de Música Brasileira Contemporânea e o Projeto Aquarius.