Cultura e Lazer

Livro reúne as maiores curiosidades e bizarrices da literatura brasileira

Com uma grade curricular que precisa dar conta de mais de 500 anos de literatura brasileira, sobra pouco espaço para os professores apresentarem curiosidades e causos sobre as letras do país. Dificilmente alguém se lembra, por exemplo, de uma aula em que o peculiar livro História do Brasil escrita no ano 2000 foi abordado. Trata-se da primeira ficção científica no Brasil e traz, em 1868, um enredo no qual D. Pedro II se teletransporta para o futuro e desembarca no ano 2000.

Essa e muitas outras curiosidades estão no livro História bizarra da literatura brasileira, que mergulha nos mistérios, nas tragédias e, claro, nas bizarrices da literatura do nosso país. Nele, o leitor conhecerá a trajetória da esposa de Guimarães Rosa, que salvou a vida de centenas de judeus durante a Segunda Guerra Mundial; o escravo negro que ditou a própria biografia para lutar pela liberdade; e os brasileiros eugenistas que escreveram obras pregando a supremacia branca enquanto Hitler estava no poder.

Com narrativas independentes entre si, o livro se divide em cinto partes, cada uma correspondente a um período histórico. A obra começa com os escritos do Brasil colonial e chega até os dias atuais. O autor, Marcel Verrumo, foi rigoroso ao compor um trabalho que respeitasse os autores retratados e, para tanto, recorreu a uma série de fontes de pesquisa. Sem a pretensão de ser um livro acadêmico, História bizarra da literatura busca aproximar obras e autores a todos os tipos de leitores de maneira divertida.

Algumas curiosidades

 

  • Gonçalves Dias morreu em um naufrágio, no qual todo o restante da tripulação sobreviveu
  • Álvares de Azevedo previu (e acertou!) o dia de sua morte
  • Olavo Bilac sofreu o primeiro acidente de carro registrado no Brasil
  • José Lins do Rego, além de escritor, foi um dos grandes pioneiros dos cronistas esportivos
  • Rachel de Queiroz, nos anos 1960, posicionou-se a favor do golpe militar e chegou até a integrar o diretório nacional da Arena, partido apoiador do regime. Em 1968, quando a ditadura mostrou o seu lado mais sombrio, a escritora se afastou da cena política e passou os anos seguintes tentando justificar sua posição
  • Durante a ditadura militar, o livro Incidente em Antares, de Erico Verissimo, chegou às livrarias com um aviso: ?Em um país totalitário, este livro seria proibido?. Talvez por medo de reconhecerem o autoritarismo, talvez por falta de entendimento da obra, os censores liberaram a publicação do livro com tais dizeres.

SOBRE O AUTOR:
Marcel Verrumo é mestre em Comunicação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Seus conteúdos foram publicados pelas revistas Superinteressante, Aventuras na História, Minha Casa, Bons Fluidos, Mundo Estranho, entre outras.

 

FICHA TÉCNICA

A história bizarra da literatura

Páginas 328

Preço R$ 41,90