Por Elizabeth Misciasci com Informações
A casa simples, na rua Possuã, no bairro Novo Eldorado, em Contagem-MG, ainda aguarda o retorno do filho mais velho da dona Suely Dutra. Davidson foi visto pela última vez, há mais de dois anos, em um restaurante localizado no centro da cidade. Maior que a saudade e a angústia da mãe, só mesmo a sua esperança em poder abraçar e sentir o carinho do filho novamente.
Antes de perder Davidson, a casa tinha uma rotina tranquila. Suely era separada do marido, mas a ausência era compensada pela atenção e dedicação de seus três filhos, incluindo Davidson.
A tranquilidade à qual a família estava acostumada foi quebrada a partir da noite de 23 de abril de 2013. Nesta data, Davidson foi a um tradicional restaurante do centro de Contagem com amigos dele.
Eles conversavam e se divertiam, enquanto apreciavam o cardápio do estabelecimento. Tudo parecia transcorrer normalmente, até que Davidson disse que sairia para atender o celular. Seria uma situação comum desde que o jovem retornasse ao local após o telefonema, o que não aconteceu.
Os poucos detalhes que, possivelmente, retratam os últimos momentos de Davidson, antes de seu desaparecimento, foram relatados à mãe Suely e seu ex-marido, por um dos amigos dojovem que o acompanhava na noite do acontecimento, no restaurante Paulista.
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Segundo Suely Dutra, ela soube do desaparecimento do filho por meio de uma ligação na quarta feira, 24 de abril de 2013.
"Fiquei surpresa porque a última vez que vi meu filho, ele estava bem". Conta a mãe
No dia seguinte, já na quinta-feira, 25 de abril, dois dias após o desaparecimento, outra versão surgia. Uma amiga procurou pessoalmente os pais de Davidson para contar os fatos ocorridos no restaurante Paulista.
A família tentou contato com Davidson pelo seu número de celular, mas as dezenas de ligações foram em vão. A resposta era sempre a mesma: "O número chamado encontra-se desligado, ou fora da área de cobertura", dizia a gravação da operadora de telefonia.
As versões contraditórias, as tentativas de contato sem sucesso e ausência de pistas sobre Davidson forçaram o pai do jovem a procurar uma delegacia, ainda na cidade de Contagem para registrar um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento.
Segundo a mãe, Suely, o pai entregou uma foto de seu filho, deu todas as informações possíveis sobre o biótipo do garoto e, ainda, relatou os fatos que lhes haviam repassado. Com base no relato do pai, a Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o desaparecimento de Davidson.
Porém, passando do tempo, o drama da família é cada vez maior. Não há uma pista, sequer, sobre Davidson. A esperança se fortalece a cada toque do telefone ou da campainha da casa, mas é instantaneamente retraída. A mãe, o pai, os irmãos e os amigos de Davidson jamais receberam qualquer informação que, ao menos, levasse a entender ou esclarecer seu desaparecimento.
Suely Dutra conta que por dias, semanas e, até meses seguidos, a família circulou pelas ruas de Contagem, Belo Horizonte e outras cidades da região metropolitana atrás de qualquer sinal que pudessem levá-los de encontro a Davidson. Porém, todo o esforço foi em vão. Nada foi encontrado. ?
- "Meus filhos e meu ex-marido foram várias vezes até o Instituto Médico Legal, tanto em BH quanto em Betim, pra saber se algum corpo encontrado... Espalhamos os cartazes com a foto dele em lojas e postes e nada adiantou", diz a mãe. - "Fiz também vários posts no Facebook, o que também não funcionou. Ninguém sabe onde ele pode estar", completa.
O tempo passava rápido e, com isso, as chances de chegar a alguma pista sobre o paradeiro de Davidson Dutra diminuíam a cada dia. Desesperadamente, outras ações foram tomadas. Suely conta que insistiu durante meses, com o Departamento de Investigações da Polícia Civil, para que a foto do filho fosse divulgada na seção de desaparecidos que consta na fatura de água e esgoto da Copasa. A insistência da mãe só deu resultado quase um ano após o desaparecimento de Davidson.
Apesar de manter viva a esperança de encontrar o filho desaparecido, Suely Dutra diz saber que as ações da Polícia Civil são ineficazes diante do caso. Ela acompanha de perto o andamento do inquérito sobre Davidson e conta que, não foram realizadas buscas, mas algumas pessoas próximas ao filho, foram ouvidas pelo delegado responsável:
- "Sei que colheram o depoimento dela, mas não me informaram o que foi dito. A polícia disse que o sigilo faz parte das investigações".
O desespero fez com que Suely pensasse, inclusive, em contratar um detetive particular para ajudar nas buscas, mas, segundo ela, a situação financeira dela e da família torna essa opção impossível.
Desde que Davidson desapareceu, em abril de 2013, a mãe não consegue ter uma noite de sono tranquila. A insônia causada pela preocupação com o filho não a deixa dormir. Ela se apega à fé para suportar o drama.
- "Todos os dias converso com Deus e peço que ele me ajude a encontrar o Davidson e que o proteja onde ele estiver".
Mesmo após 7 anos sem qualquer notícia sobre Davidson Dutra, Suely diz que sente que seu filho não está morto e, é exatamente este sentimento que não permite que ela desista das buscas: "A esperança de encontrá-lo é o que me mantém viva". Pontuou
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