Clamor social

Caso Gael

Gael de três anos de idade, foi encontrado sem vida na cozinha de casa no Jardim Paulista, bairro nobre de São Paulo (Alameda Joaquim Eugênio de Lima).
 
Segundo policiais que atenderam à ocorrência, a criança foi espancada pela mãe no apartamento onde moravam, após um surto.
Os atendentes do SAMU, relataram que foi a irmã de treze anos de Gael que chamou socorro. Eles informaram também que quando chegaram ao local, a criança estava coberta no chão da cozinha, que tentaram manobras de reanimação, mas o pequeno entrou em óbito.
No Boletim de ocorrência a tia-avó de Gael, Maria Nanete Freitas, informou que deu mamadeira para a criança por volta das 7 horas e ficou com ele na sala assistindo à televisão. Após alguns minutos, o garoto foi até a cozinha. A tia-avó disse que começou a ouvir choros, mas achou que o garoto estava apenas pedindo colo para a mãe, Andrea de Freitas Oliveira de 37 anos.
 
Cerca de cinco minutos depois, começou a ouvir barulhos fortes de batidas na parede e acreditou que viriam de outro apartamento. Após dez minutos, ela passou a ouvir o barulho de vidro quebrando na cozinha e, quando chegou ao cômodo, a criança estava deitada no chão com vômito e coberta por uma toalha de mesa.
 
A testemunha conta que perguntou à mãe o que teria acontecido, mas ela não respondeu. A criança foi levada até o hospital, onde foi confirmada a morte.
Ainda segundo a testemunha, a mãe do garoto já foi internada cerca de quatro vezes, mas não tem certeza se foi por motivos psiquiátricos.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo informou que o caso está sendo registrado pela 1ª Delegacia de Defesa da Mulher.
 
 
"Saliente-se que os elementos de prova colhidos no local dos fatos e no cadáver da vítima chamam a atenção pelo fato de indicarem possíveis maus tratos pelos quais a criança poderia vir sofrendo", diz trecho do boletim de ocorrência. 
O laudo de atendimento da unidade de saúde afirma que, durante sua permanência no hospital, a mãe da vítima "não demonstrou afeto sobre a possível agressão ao filho".
A mulher estava com marcas em ambos os braços, "que sugerem que seu filho, ao ser por ela agredido, tentou defender-se", diz documento da polícia, acrescentando que "as duas mãos da suspeita estavam vermelhas e inchadas."
 
Por Elizabeth Misciasci