Clamor social

Caso Wesley Pires Alves Filho

 

Um menino simples, tímido, leitor de William Shakespeare, estudioso, amoroso, de uma família humilde, mas alicerçada nos preceitos da educação, solidariedade e do amor ao próximo, por isso, demonstrava espontaneamente seu carinho a todos, principalmente aos seus familiares.

Se tivéssemos hoje, que traçar o perfil desse garoto, assim seria o retrato falado de Wesley Pires Alves Filho, o Weslynho, contrarrazoando informações alheias a realidade e distantes de sua verdade.


Quando do seu desaparecimento, o garoto então com 13 anos de idade, era um adolescente extremamente educado, protetor, apaixonado pela mãe e pelas irmãs, informações essas colhidas pela polícia, imprensa, organizações e voluntários.
Razão pela qual, os moradores da cidade de Franca e entornos, no interior paulista, abraçaram o caso e de mãos dadas, se uniram em busca do menino.


Todas as vezes que ocorre um caso de desaparecimento, na ausência imediata de suspeitos é de praxe que a família seja a primeira a ser investigada, isso não é procedimento único e isolado, já que, infelizmente no Brasil, os casos de desparecimentos são elevadíssimos, atingindo uma média que varia de 60 a 80 mil por ano, ou seja, aproximadamente 172 por dia, de acordo com o relatório do comitê internacional da Cruz Vermelha e apontamentos do Ministério Público Federal.
Por assim ser, nem sempre existem razões para tais desaparecimentos, já que, estudos apontam perfis e condutas diversas, onde fica claro que nem todos os casos são iguais ou possuem as mesmas motivações.


Portanto, nem todos os casos ficam sem respostas assim como nem todos são solucionados.


Recebi pedido de ajuda do caso do Weslynho num domingo, dia 30 de agosto de 2020, dois dias após o sumiço do menino; um amigo jornalista do Sul me mandou as informações que tinha e concomitante uma pessoa da família do menino também me procurou. Assim sendo, confirmei as informações acessando o Boletim de Ocorrência nº 3307/2020, lavrado dia 29 de agosto de 2020 às 7:01 horas.


O caso ainda não havia sido amplamente divulgado. Somente os pais, familiares e conhecidos estavam postando a foto e pedindo ajuda na divulgação.


No dia 31 de agosto de 2020, foi criado o primeiro grupo do WhatsApp "Wesley Volta", onde pessoas entravam para postar apenas orações e figurinhas, assim o grupo esvaziou.


Na sequência, criaram o grupo intitulado Buscas pelo Wesley,onde a imprensa de Franca, Ribeirão Preto e Região faziam parte, bem como as pessoas que estavam saindo em buscas pelas matas. Foi quando tanto o dono de um drone da Região, e um adestrador de cachorros, se uniram as buscas e dispostos a ajudar colocaram o aparelho para fazer uma varredura pelo ar na mata enquanto os animais, também a disposição das buscas, foram utilizados para identificar rastros e odor.

A Globo local (EPTV) a Record local, (Tiago Valentim) foram fundamentais na divulgação, assim como a GCN, os jornalistas N.Fradique, Renato Alves do Mega Sistema, enfim, que ampliaram o caso e a divulgação da imagem do Weslynho.
Até que uma também jornalista e parceira nossa, conseguiu aprovar a pauta e colocar a imagem do Wesley e seu desaparecimento a nível Nacional, no Domingo Espetacular. Posteriormente, outro amigo conseguiu que o Caso fosse veiculado e acompanhado pelo Balanço Geral nacional e o Bacci, no Cidade Alerta que começou a falar do caso em 11/09/2020.


Em 09 de setembro de 2020, um detetive de Franca, criou o grupo Wesley Oficial no WhatsApp, com pessoas que unidas tentavam ajudar. Inclusive esse rapaz, circulou por matas, locais afastados, conversou com várias pessoas, mas não prosperou.


Em 06 de outubro de 2020, o Dr. Guastelli, tendo em mãos o Boletim de Ocorrência, conversou com a delegacia e o investigador responsável pelo caso, contudo, a delegacia só tinha a imagem das câmeras de rua, e não havia imagens da Rodovia, que seria essencial. O garoto estava sem o celular, o que dificultou a localização pelo GPS. E o que se tinha de concreto era o parecer baseado no odor que os cães farejadores conseguiram sentir até um local específico.


Em 22 de outubro de 2020, criaram outro grupo no WhatsApp com o título Queremos Wesley, onde as conversas sem nexo começaram a ser ventiladas e criadas. Provavelmente foi aí que o caso se perdeu, porque ao invés de cobrar das autoridades respostas, algumas pessoas se dedicaram apenas a polemizar, criar suposições e colocar o nome da família degradantemente.
Talvez pelo fato dos pais do Wesley silenciarem e não responderem as ofensas, criou-se a rede do ódio. Já que o despreparo de quem concedeu as entrevistas, tanto para o Domingo Espetacular, quanto para o Cidade Alerta, e outros canais e mídia, se eximiram de responsabilidades. Porém, o que denotou, foi que levavam o caso descomprometidamente, apontando o sumiço do garoto como um passeio, ou resposta pelo fato da mãe ter lhe tirado o celular como castigo uns dias antes.


Portanto, mais uma vez, a "culpa" indiretamente estaria sendo imputada a mãe pela repreensão? - Seria mesmo um caso de malcriação? - O Weslynho, aquele menino tímido, de dentro de casa, amoroso, estaria "passeando" de chinelo, sem mochila, sem sua coleção e sem dinheiro por cidades diversas?


Porque nunca pareceu ser isso!!!


E a tal bicicleta? - O que se investigou e qual foram as conclusões? - O Weslynho "furtou" a bicicleta ou achou jogada no mato com um pedal travado? Era a bicicleta que tinha a correia quebrada, por isso foi descartada? A bicicleta da garota era a mesma que o Weslynho empurrava? - Quem de fato era o dono da bicicleta? - E ela reapareceu? - Onde?
Quatro dias depois das imagens que mostram o garoto empurrando a bicicleta vermelha, a dona da bicicleta, fez o boletim de ocorrência, contudo, e mais uma vez o delegado na época Dr Eduardo Bonfim, negou que houvesse alguma relação entre a bicicleta e o desaparecimento do menino, assim como o investigador Antonio Sampaio, fortaleceu essa negativa junto a imprensa, no entanto, as investigações estavam apenas começando.


Por isso reforçamos que jamais se pode apontar ou acusar quem quer que seja, principalmente se não houver provas e estas incontestes, no entanto, um fato despertou a atenção geral: - Como o delegado e o investigador falam com absoluta certeza que não existe relação com nenhum tipo de crime, não tem nada a ver com o caso da bicicleta, mas, depois dizem que não descartam nada? Porque ao invés de não querer falar sobre as investigações, apenas afirmaram que seria uma malcriação do Wesley em razão de uma bobagem? - Como se justifica uma condição sem investigar antes? Por que dois pesos e duas medidas? Essas respostas existem ou são as mesmas do início?


Se não sabe, silencia! Ninguém pode se utilizar de um microfone e uma câmera para colocar uma mira na testa de uma mãe e seus familiares. Porque foi isso que aconteceu!


Jamais uma autoridade policial pode se manifestar em um veículo televisivo com alcance nacional para apresentar conjecturas, descartar suspeitas e apontar familiares sem provas.


Qual é o resultado disso? - Clamor social.


Abrindo espaço para que os supostos justiceiros assumissem as rédeas, removendo o foco, enfatizando e permitindo que as ações de pessoas camufladas transformassem a internet em terra de ninguém, onde uma mira diária é colocada na cabeça de quem é de fato e direito a VÍTIMA.


E assim, insuportavelmente encobertos pela afronta e perversidade, os fantasmas do mal percorrem pelo além desse universo, deixando rastros de desconhecimento e maldade...


É fácil ocupar espaço alheio para negar a realidade com inverdades e informações fantasiosas, deve ser divertido para o amago amargo e obscuro desses seres.
Enquanto isso, quem nada ou quase nada sabe, fica no meio fio tentando saber para que lado correr nesse tribunal de inquisição...


Nesse um ano e meio, muitas coisas aconteceram e a luta dessa mãe nunca pausou. Crédula, aceitou ajudas diversas, falou sem censura, chorou sem vergonha, se desesperou, pediu perdão e perdoou... mas isso não foi, não é e não será o bastante!
Porém, a única certeza que se tem é que hoje, mais uma vez: Há uma mãe que chora todas as noites, uma mãe humilde, uma mãe abatida e sofrida, que vilipendiada, exposta, afrontada, acusada, humilhada, sofre pela ausência de seu filho, agora com 15 anos de idade. Uma mãe que não se envergonhou em pedir ajuda, uma, duas, três vezes. Uma mãe que por não ter recursos, recorreu a quem estava a seu alcance. Uma mãe que hoje sofre e pela maldade humana, se vê obrigada a desinstalar seu facebook largando as redes sociais, abandonando forçadamente seu único canal de divulgação para buscar não só o seu filho, mas, ajudar outras pessoas.


Por Elizabeth Misciasci


O Caso


Em 28 de agosto de 2020, Wesley Pires Alves Filho, disse às irmãs que estava indo a um varejão, próximo a sua casa, no bairro aeroporto, cidade de Franca, interior de São Paulo. Porém, o adolescente saiu de casa e nunca mais voltou. Na ocasião, ele não levou roupas nem mochila, e estava de chinelo.

A mãe de Wesley, Camila Oliveira, conta que o filho poderia ter colocado um tênis, pegado uma mochila com roupa. Ele tinha uma coleção de moedas das Olimpíadas, que seria um dinheiro para ajudar se fosse uma fuga. E ele não levou nada.
Wesley foi visto por algumas câmeras de segurança da cidade, e as últimas imagens o mostram empurrando uma bicicleta vermelha nas margens da Rodovia Ronan Rocha. O celular do adolescente foi vistoriado por investigadores, mas nenhuma pista, nem mesmo o programa utilizado para rastreios e recuperação de informações, nada foi encontrado.


A última imagem do garoto foi registrada por uma câmera de segurança que mostra Wesley caminhando no bairro Vila Real, na mesma região onde ele morava. Em outro momento ele é visto de bicicleta às margens da rodovia Ronan Rocha, na saída para a cidade de Patrocínio Paulista. Todos os locais citados ficam na zona Sul da cidade de Franca.
Quando completou um ano do desaparecimento de Wesley, o Laboratório de Arte Forense, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil, entrou no caso de investigação sobre o desaparecimento de Wesley Pires Alves Filho.
Os peritos criminais utilizaram de técnicas forenses e usaram como base para o trabalho fotografia do jovem e dos pais dele. Esse retrato foi feito em São Paulo e agora está sendo distribuído para várias delegacias e cidades do Brasil.


Denúncias e pistas verdadeiras devem ser feitas no Disque denúncia 181, no (16) 3724-1854 e 197. A Polícia Civil reforça que as pessoas não devem gerar falsas expectativas e informar detalhes irreais ou suspeitas infundadas.