Clamor social

Caso Diego Mendes Modanez

Ex-promotor que matou jogador de basquete de Rio Preto pode ser levado a júri popular

 

Em dezembro de 2004, Thales Ferri Schoedl atirou em dois jovens em uma praia do litoral de São Paulo; um deles morreu. Como era promotor, foi julgado por uma corte especial e depois inocentado.

Em um caso de idas e vindas, Thales foi exonerado efetivamente do cargo em 2018, após o ministro Dias Toffoli, do STF, confirmar a decisão do Conselho Nacional do Ministério Público.

Assim, em um efeito cascata, ele perdeu o direito ao foro privilegiado e o primeiro julgamento foi anulado. Thales pode ir agora a júri popular, 15 anos depois do crime. 

 

Diego Mendes Modanez, que jogava na equipe do América de Rio Preto, morreu após ser baleado pelo então promotor Thales Ferri Schoedl. Crime ocorreu em 2004
O ex-promotor de Justiça Thales Ferri Schoedl, que em 2004 matou a tiros o jovem Diego Mendes Modanez, à época com 20 anos, poderá ter de responder pelo crime em um júri popular.

Modanez era jogador de basquete do América de Rio Preto e jogou por três anos no clube. O pai, Fábio Antônio Modanez, o Fábio Pira, foi pivô da seleção brasileira juvenil.

Diego Mendes Modanez estava em um luau em Riviera de São Lourenço, localizado em Bertioga, com um grupo de amigos. De acordo com a versão do ex-promotor, o grupo no qual estava o jogador teria assediado a namorada dele e, supostamente para se defender, Schoedl atirou nos rapazes. Modanez morreu na hora. Já o amigo dele Felipe Cunha de Souza foi atingido por quatro disparos, mas sobreviveu.

Por ser promotor de Justiça à época, Schoedl tinha foro privilegiado e foi julgado pelos desembargadores do Tribunal de Justiça (TJ), que entenderam que ele agiu em legítima defesa e o absolveram do crime em 2008. Ele respondeu ao processo em liberdade e permaneceu atuando na Promotoria de Justiça até 2016.

Porém, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, acatou recurso do Ministério Público e determinou que Schoedl não tinha direto ao foro privilegiado, anulando assim o julgamento feito pelo Tribunal de Justiça e determinando que o ex-promotor seja julgado por um júri popular.

A data para esse novo julgamento ainda não tem data para ocorrer.

Em entrevista ao portal G1, a mãe de Diego acredita que, desta vez, o ex-promotor será condenado. "Acontece que eu nunca perdoei ele [Schoedl]. Quem deve fazer isso é Deus. A justiça vai ser feita agora, e vou provar para o Brasil e para o mundo que meu filho era inocente. Eu vou ter a minha justiça ainda viva", desabafou a mãe Sônia Mendes Modanez.