Clamor social

Caso Tatiane Spitzner

Luis Felipe Manvailer é condenado a 31 anos de prisão por matar a esposa.
 
Júri era composto por 7 homens. Manvailer também foi condenado pelo crime de fraude processual; decisão saiu no dia 10 de maio de 2021, após 7 dias de julgamento. Tatiane foi encontrada morta após queda da sacada do apartamento onde morava, em Guarapuava, em 2018.
Luis Felipe Manvailer foi condenado a 31 anos, 9 meses e 18 dias de prisão pelo homicídio qualificado da esposa, Tatiane Spitzner, em júri popular que chegou ao fim nesta segunda-feira (10), após sete dias de julgamento. A condenação foi anunciada às 20h pelo juiz. Manvailer também foi condenado por fraude processual. A decisão é passível de recurso.
 
O caso aconteceu em julho de 2018, em Guarapuava, na região central do Paraná. Tatiane foi encontrada morta após uma queda da sacada do apartamento onde morava com Manvailer. Laudo atestou asfixia mecânica como causa da morte da Tatiane.
 
Na decisão, o juiz Adriano Scussiato Eyng também não concedeu a Manvailer o direito de recorrer em liberdade, mantendo a prisão preventiva. Ele está preso na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG) há dois anos e nove meses.
 
Adriano Scussiato também determinou o pagamento de R$ 100 mil aos pais de Tatiane por danos morais.
O júri popular de Manvailer foi composto por sete homens e começou em 4 de maio. Ele foi condenado nas qualificadoras de feminicídio, motivo fútil, meio cruel e asfixia. Veja abaixo:
 
Pena total de Manvailer: 31 anos, 9 meses e 18 dias
Homicídio qualificado: 30 anos
Fraude processual: 1 ano, 9 meses e 18 dias.
O que dizem as defesas
O advogado Claudio Dalledone, da defesa de Luis Felipe Manvailer, disse que a decisão foi "manifestamente contrária às provas dos autos" e que a defesa do réu vai recorrer e pedir a anulação do júri.
 
O advogado que defende a família de Tatiane Spitzner, Gustavo Scandelari, afirmou que considera o resultado um marco na luta contra o feminicídio.
 
"A sentença de condenação é uma satisfação à família. É um recado claro da sociedade guarapuavana e de todos os cidadãos e cidadãs brasileiras contra a violência de gênero e todas as formas de violência doméstica. Os jurados entenderam claramente que era um caso de condenação, baseado em muitas provas. O Poder Judiciário atribuiu uma pena proporcional, justa, e ficará registrado para que motive cada vez mais ações, para que encoraje pessoas a denunciarem casos de violência contra às mulheres", pontuou Scandelari.
 
Com informações G1
 
O caso
 
Tatiane Spitzner foi encontrada morta na madrugada do dia 22 de julho de 2018. De acordo com a Polícia Militar (PM), houve um chamado informando que uma mulher teria saltado ou sido jogada de um prédio.
 
Antes de ser morta Tatiane, imagens mostraram Manvailer agredindo a esposa. 
A polícia informou que encontrou sangue na calçada do prédio ao chegar no local. Testemunhas disseram que um homem carregou o corpo para dentro do edifício. Conforme a PM, o corpo de Tatiane estava dentro do apartamento.
 
Luis Felipe Manvailer foi preso horas depois da morte da advogada, ao se envolver em um acidente na BR-277, em São Miguel do Iguaçu, no oeste do Paraná. A cidade fica a aproximadamente 340 quilômetros de Guarapuava, onde o crime aconteceu.
Durante uma audiência de custódia, Manvailer negou que tenha matado a esposa e disse que a advogada cometeu suicídio.
 
O acusado disse ainda que se acidentou porque a imagem de Tatiane pulando da sacada não saía da cabeça dele. Para a Polícia Civil, Manvailer tentava fugir para o Paraguai.
 
Em uma audiência de instrução, o acusado negou novamente que matou a advogada. Ele declarou que a família de Tatiane influenciou algumas testemunhas, que disseram na delegacia que haviam ouvido a advogada gritando durante a queda.
 
Segundo Manvailer, as testemunhas mudaram o depoimento nas audiências. No mesmo dia, o acusado preferiu não responder ao questionário feito pela Justiça e a audiência foi encerrada.
Com informações do G1